“Mas Jesus chamou a si as crianças e disse: ‘Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas.’” (Lucas 18.16)
“Em 1986, eu tinha acabado de completar 43 anos e, sabendo que meu trabalho em uma congregação nikkei de Belém do Pará estava se encerrando, eu perguntava a Deus quais seriam os próximos passos. Eu ainda me lembro de que, em uma noite de domingo, voltando de carro de um encontro do grupo de jovens da congregação, vi crianças brincando na beira da estrada. Naquele instante, algo veio ao meu coração, e comecei a pensar na necessidade de um trabalho com crianças e jovens nessa situação.
Ao retornar a São Paulo, esse chamado foi ficando mais forte. Percebia na Bíblia o chamado constante para que o povo de Deus se dedicasse ao ensino das crianças e jovens e à causa dos necessitados. Percebi, ao longo da minha caminhada como pastor, que as crianças são mais dependentes, precisam sempre de um auxílio para se desenvolver. Por isso, tornam-se também mais abertas aos ensinamentos da Palavra de Deus e a aceitar suas verdades do que os adultos. Aos poucos, fui sendo convencido de que precisamos aproveitar essa fase da vida para plantar sementes em seus corações.
Para que pudesse colocar esse sonho em ação, pedi direcionamento a Deus e comecei a trabalhar como vendedor. Aos fins de semana, eu me dedicava ao pastorado de uma congregação em Itaquera. Após cinco anos de trabalho, minha família e eu adquirimos um terreno nesse mesmo bairro. Lembro-me de que, ao sair de casa, sempre orava a Deus pedindo que através do meu trabalho muitos pudessem ser abençoados com um espaço grande, digno e que convidasse crianças a brincar e aprender sobre ele. Deus abria as portas dos lugares para venda, abria corações de compradores e nos abençoou para que pudéssemos ter esse espaço.
Irmãos das mais diferentes igrejas e denominações se empenharam com suas habilidades, orações, profissões, voluntariado e recursos financeiros. Fiz uma viagem ao Japão, e com a arrecadação de ofertas foi possível iniciar a construção do prédio.
Foram muitos os milagres que vivemos para chegar até aqui, desde a retirada de 300 caminhões de terra a custo zero até o envolvimento de tantos irmãos que caminham conosco. Os desafios financeiros que se apresentavam iam sendo vencidos pouco a pouco, sempre de maneira que revelasse o grande poder e graça de Deus.
Eu espero que o trabalho do Aba continue por muito tempo, sempre pregando o evangelho de Jesus Cristo e abençoando pessoas ao seu redor. Glória a Deus!”
Hitoshi Saito é fundador do Instituto Aba Holiness, marido de Rosa, pai de Débora e Talita, pastor da Igreja Evangélica Holiness do Brasil.